Caro leitor, considere esta última versão do comunicado, dado que o anterior continha erros.
A 7 de Abril de 2020 foi raptado, em plena vila de Palma, o jornalista e locutor da Rádio Comunitária de Palma, Ibraimo Abu Mbaruco. Na sequência deste acontecimento, o MISA Moçambique foi à Vila de Palma para ir apurar os contornos do seu desaparecimento e sua possível localização. Do trabalho feito constatou-se que:
→ Ibraimo Abu Mbaruco comunicou aos colegas sobre a sua suposta detenção pelas Forças Armadas, através de uma mensagem, em que informava que “Eu fui cercado com militares”.
→ O colega que recebeu a mensagem respondeu-lhe: “Colega, a emissora aqui está para abrir, estás aonde?”. A mensagem nunca mais teve resposta até hoje, porque Ibraimo Mbaruco jamais voltou a ser comunicável.
→ Os militares e os agentes da polícia levaram o jornalista junto com a sua motorizada.
→ Os colegas do jornalista comunicaram, imediatamente, o sucedido à toda a estrutura administrativa do Distrito de Palma, nomeadamente o Administrador, o Secretario Permanente e Comandante Distrital da PRM. Ou seja, toda a estrutura administrativa teve conhecimento imediato do sucedido.
→ A esposa do jornalista, aos choros e desesperado, disse que não sabia se o seu marido ainda estaria vivo, a estas alturas, dada a agressividade conhecida dos militares. Segundo ela, os militares são bastante agressivos e fazem de tudo que querem, sem serem punidos, “são donos de Palma”.
→ Um agente da Polícia, afecto ao Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique, em Palma, confidenciou ao MISA Moçambique, em anonimato que “foram, de facto, as Forças Armadas de Defesa de Moçambique que levaram o Jornalista” e acrescentou ainda ter “conhecimento que ele foi tirado de Palma para Mueda, onde as Forças Armadas têm a sala de interrogatórios”.
→ A mesma fonte disse que colegas do Ibraimo Abu Mbaruco “vieram denunciar o sucedido, mas a nível do Comando de Palma nada se fez”.
→ Até o 09 de Abril, dois dias após a sua suposta detenção, os telefones do jornalista chamavam, mas ninguém os atendia. De 9 de Abril até hoje deixaram de ser contactáveis.
→ Daniel Paulo Kazimoto, delegado do Instituto de Comunicação Social, entidade proprietária da Rádio, disse que tomou conhecimento do desaparecimento do colega jornalista, afecto em Palma, mas que até hoje, 16 de Abril, não conhecia ainda o seu paradeiro.
→ O irmão do jornalista, Juma Abu Mbaruco, já apresentou, esta semana, uma queixa junto à Procuradoria Provincial.
→ Do que o MISA apurou, a sua função era meramente jornalística, tendo contribuído para a recolha tratamento e publicação de informações relacionados com diversos processos e assuntos sociais, em Palma.
Depois da recolha desta informação, o MISA-Moçambique vai continuar a envidar esforços e a trabalhar com as autoridades, nos próximos dias, com o objectivo de garantir a libertação do jornalista.