O MISA Moçambique considera que as violações registadas contra
jornalistas por parte das autoridades policiais durante a crise pós-eleitoral
foram deliberadas e com objectivos específicos.
Segundo o director executivo do MISA Moçambique, Ernesto Nhanale,
durante este período, a instituição registou cerca de 19 violações contra a
comunicação social, que visavam criar um clima de medo e restringir o
exercício da atividade jornalística.
Além das violações contra jornalistas, incluindo por parte de manifestantes,
Ernesto Nhanale destaca também a ocorrência de violações dos direitos
digitais dos cidadãos, nomeadamente limitações à liberdade de expressão e
ao direito à informação, através do bloqueio da internet. Aponta ainda uma
escalada de desinformação e discurso de ódio contra actores políticos e
autoridades estatais ligadas à gestão dos processos eleitorais.
Falando durante o Fórum sobre os Direitos Humanos, organizado pela
Comissão Nacional de Direitos Humanos, o director executivo do MISA
Moçambique sublinhou que, durante as manifestações pós-eleitorais, a
instituição esteve a monitorar e denunciar as violações junto de entidades
nacionais e internacionais, incluindo a União Africana, bem como a prestar
apoio legal e assistência médica às vítimas.
