Published July 18, 2024
Categories: Intervenções

Celebra-se, hoje, 18 de Julho, em todo mundo, o Dia Internacional Nelson Mandela. A data, que foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Novembro de 2009, através da resolução A/RES/64/13, é uma homenagem ao legado daquele que foi um dos maiores defensores de direitos humanos e consagrado lutador pela justiça, igualdade social, política e económica das pessoas negras. Mandela foi uma figura importante na luta contra o Apartheid, um regime de segregação racial instituído na África do Sul que durou de 1948 a 1994. O Dia 18 de Julho, data do nascimento do político, em 1918, é considerada um símbolo de resiliência e paz.   

Tal como rezam várias publicações sobre a sua vida e obra, Nelson Rolihlahla Mandela, de seu nome completo, desde jovem que demonstrou uma determinação inabalável de lutar contra as injustiças impostas pelo regime de segregação racial conhecido como apartheid. Formado em Direito, ele se envolveu activamente no Congresso Nacional Africano (ANC), uma organização dedicada a combater a opressão racial. Mandela foi preso em 1962 e, dois anos depois, foi condenado à prisão perpétua por actividades conspiratórias contra o Estado.

Durante os 27 anos do seu encarceramento, a maioria dos quais passados na prisão de Robben Island, Mandela se tornou um símbolo global da resistência contra a opressão racial. Sua libertação, em 1990, marcou o início do fim do apartheid. Em 1994, Madiba, como também é conhecido Nelson Mandela, se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul, após as primeiras eleições multirraciais do país. Seu mandato foi marcado pela reconciliação nacional e pela construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Em 1993, ele recebeu o Prémio Nobel da Paz, junto com o então presidente sul-africano Frederik Willem de Klerk, por seus esforços para desmantelar o apartheid e estabelecer a democracia no país.

Se fosse vivo, Nelson Mandela completaria, este ano, 106 anos de vida. Em 2024, a data é assinalada sob o lema “Combater a Pobreza e a Desigualdade está em Nossas Mãos”, procurando enfatizar a urgência e a responsabilidade colectiva de abordar as questões sociais mais prementes do nosso tempo, promovendo acções com vista a mudar o mundo. Na sua mensagem desta quinta-feira, 18 de Abril, para assinalar a data, o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que Mandela mostrou ao mundo “a extraordinária diferença que uma pessoa pode fazer na construção de um mundo melhor”.

Para Guterres, a humanidade agora está diante da opção de transformar a arquitetura económica e financeira internacional em nome da equidade, num mundo que vive uma realidade marcada por desigualdade e divisões, onde “a fome e a pobreza abundam”. O SG da ONU ressaltou que o grupo dos 1% mais ricos é “responsável pela emissão da mesma quantidade de gases com efeito de estufa que destroem do planeta que dois terços da humanidade”.

O líder da ONU afirmou que esse é um dos resultados “das escolhas da humanidade”, mas lembrou que novas escolhas podem ser feitas, como erradicar a pobreza e acabar com as desigualdades. O secretário-geral ressaltou que existe a opção de “transformar o sistema económico e financeiro internacional em nome da equidade”. Ele defendeu ainda o combate ao racismo, o respeito aos direitos humanos e o enfrentamento das alterações climáticas.

Enquanto isso, na segunda-feira, dia 15 de Julho, A assembleia Geral da ONU organizou um evento que reuniu representantes globais, figuras da literatura e filantropos e contou com presença do presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, e da vice-secretária-geral, Amina Mohamed, com o objectivo de celebrar, de forma antecipada, o Dia Internacional Nelson Mandela, chamando à acção global, com vista a combater a pobreza e a desigualdade.

No evento, o presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, destacou a urgência do combate à pobreza e à desigualdade, ecoando as palavras de Mandela sobre a necessidade de acção corajosa e visão. Francis apelou para uma união global que supere fronteiras e ideologias, visando um futuro de justiça e igualdade. Por sua vez, a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, citou Mandela na obra “Longa Caminhada até a Liberdade”, enfatizando que a pobreza não é um acidente, mas uma criação humana que pode ser superada por acções deliberadas.

O Dia Internacional Nelson Mandela representante um chamamento à acção para que todos continuem o trabalho iniciado por este defensor de direitos humanos. A mensagem central deste dia é que cada indivíduo tem o poder e a responsabilidade de fazer a diferença em suas comunidades. Ao dedicar 67 minutos do dia 18 de Julho a actividades que beneficiem os outros, como voluntariado, doação de sangue, limpeza de espaços públicos ou qualquer outra acção altruísta, honrando o espírito de serviço que caracterizou a vida de Mandela. Tal como destacou o secretário-geral da ONU na sua mensagem desta quinta-feira, por ocasião do 18 de Julho, o apelo para que todos prestem 67 minutos de serviço público no Dia Internacional Nelson Mandela, um minuto por cada ano em que lutou pela justiça, é uma forma de honrar o legado de “Madiba”, como era conhecido o ex-presidente sul-africano.

Este dia não é apenas uma ocasião para reflectir sobre o legado de um grande líder, mas também um momento para reafirmar nosso compromisso com os valores que ele defendeu: dignidade humana, igualdade, justiça e paz.

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