Celebra-se, hoje, 30 de janeiro, o Dia Mundial da Não-Violência e Cultura de Paz, uma data que reforça a necessidade de promover valores como respeito, tolerância e resolução pacífica de conflitos. Esta data, foi estabelecida para incentivar sociedades a adoptarem práticas que reduzam a violência em todas as suas formas, desde conflitos armados até discriminação e discursos de ódio. No entanto, a paz continua a ser um desafio global. Em diversas partes do mundo, crises humanitárias, desigualdades sociais e instabilidades políticas dificultam a construção de um ambiente seguro e inclusivo para todos.
Segundo o relatório da UNESCO sobre Resiliência e Inclusão Pós-COVID, a pandemia da COVID-19 aumentou as desigualdades e tensões sociais em vários países, evidenciando a necessidade de fortalecer a cultura de paz como estratégia para reconstrução das sociedades. O documento destaca que comunidades vulneráveis foram as mais impactadas pelos efeitos da crise sanitária, tornando essencial a implementação de políticas públicas que promovam a inclusão e o diálogo como ferramentas para a estabilidade social.
Em África, um dos eventos mais relevantes para a promoção da cultura de paz em 2023 foi a realização da Bienal de Luanda, Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz e Não-Violência, que reuniu chefes de Estado, acadêmicos, ativistas e representantes da sociedade civil para debater formas eficazes de prevenção de conflitos. Segundo declarações do Presidente de Angola, João Lourenço, durante o evento, não há golpes de Estado que possam ser considerados bons, menos maus ou toleráveis, destacando que tais acções representam um retrocesso para a estabilidade e o desenvolvimento sustentável do continente africano. O evento também contou com a participação da União Africana e da ONU, que reforçaram a necessidade de investir na juventude, garantindo acesso à educação e oportunidades que os afastem da violência e da marginalização.
A cultura e as artes também desempenham um papel essencial na promoção da paz e da não-violência. Segundo um relatório da ONU News, em Moçambique, uma iniciativa promovida pela organização utilizou a música como ferramenta para disseminar mensagens de inclusão, diversidade e união. Durante as celebrações do aniversário do Acordo Geral de Paz, músicos locais participaram de uma campanha que demonstrou como a arte pode sensibilizar comunidades e reduzir tensões sociais. O impacto dessas acções é fundamental para garantir que futuras gerações cresçam em um ambiente mais pacífico e tolerante.
O Dia Mundial da Não-Violência e Cultura de Paz não deve ser apenas uma data simbólica, mas um lembrete do compromisso mundial com a construção de sociedades mais justas e inclusivas. Como aponta o relatório da UNESCO, a paz não é apenas a ausência de guerra, mas a presença activa da justiça social, do respeito aos direitos humanos e da cooperação entre os povos.
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