Celebra-se, hoje, 13 de fevereiro, o Dia Mundial da Rádio, uma data instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), com o objectivo de reconhecer a importância deste meio de comunicação na promoção da informação, educação e cultura.
Em Moçambique, a rádio continua a ser o meio de comunicação de maior alcance, especialmente nas zonas rurais, onde a internet e a televisão ainda são de acesso limitado. A partir da magia de um pequeno receptor conectado a ondas electromagnéticas, muitos cidadaos, sobretudo nas zonas rurais, têm acesso à informação sobre o que acontece à sua volta, no seu distrito, província, país e, até, no mundo inteiro.
As rádios comunitárias, por exemplo, desempenham um papel essencial na disseminação de informações sobre saúde, educação, direitos humanos e mudanças climáticas, muitas vezes em línguas locais, garantindo que diferentes grupos sociais tenham acesso a conteúdos relevantes. O Relatório de Anual da UNESCO, de 2023, destaca que a rádio é fundamental para promover o pluralismo e a liberdade de expressão, dando voz às comunidades marginalizadas. No entanto, o relatório também alerta para desafios significativos, como a sustentabilidade financeira das rádios comunitárias, a censura e a necessidade de adaptação às novas tecnologias digitais.
No entanto, o documento também sublinha que, apesar dos avanços tecnológicos, muitas rádios comunitárias ainda enfrentam dificuldades para se manterem operacionais, devido à falta de financiamento sustentável e à crescente concorrência com plataformas digitais. Além disso, a ausência depolíticas públicas eficazes para o fortalecimento do sector compromete a diversidade de vozes e limita o acesso a conteúdos informativos independentes.
O relatório destaca, ainda, que a rádio tem um papel essencial em contextos de crise, sendo uma ferramenta crucial para a comunicação de emergência e mobilização social. Em situações de desastres naturais, como os ciclones e inundações que frequentemente assolam Moçambique, as rádios locais desempenham um papel vital na disseminação de alertas precoces, na coordenação de respostas humanitárias e no apoio às populações afectadas.
Já o Relatório Anual ONU de 2023 afirma que a rádio tem um papel crucial na resposta a criseshumanitárias e emergências, garantindo a comunicação em situações de desastres naturais, pandemias e conflitos armados. Em tempos de crise, ele continua sendo uma das fontes de informação mais confiáveise acessíveis, especialmente para populações vulneráveis
O relatório também enfatiza que, em contextos de deslocamentos forçados e crises humanitárias, a rádio desempenha um papel essencial na disseminação de informações críticas sobre assistência humanitária, segurança e acesso a serviços básicos. Em países como Moçambique, onde comunidades inteiras são frequentemente afectadas por ciclones, cheias e conflitos armados, as rádios locais tornam-seum canal de comunicação indispensável para a população, muitas vezes sendo a única fonte confiável de informação em regiões remotas.
A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) aponta que a liberdade de imprensa continua ameaçada em diversas partes do mundo, e os jornalistas de rádio frequentemente enfrentam intimidações e restrições ao seu trabalho. Em Moçambique, casos de repressão e dificuldades económicas têm comprometido a sobrevivência de rádios independentes, limitando o acesso da população a informações diversificadas e imparciais. A UNESCO reforça que a digitalização da rádio representa uma oportunidade para ampliar seu alcance e engajamento, mas, também, exige investimentos e políticas públicas que garantam a sua adaptação ao novo cenário midiático, promovendo a inclusão digital e a democratização da informação.
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https://brasil.un.org/sites/default/files/2024-09/sg_annual_report_2023_en_0.pdf