Promovendo a Liberdade de Expressão em Moçambique​

Jornalista da Rádio Parapato alvo de perseguição e intimidação emAngoche

O Capítulo Moçambicano do Instituto de Comunicação Social da África Austral
MISA Moçambique, tomou conhecimento com grande preocupação de actos
contínuos de perseguição, intimidação e ameaças dirigidas contra o jornalista
Izidine Abdala Suleimana, da Rádio Comunitária Parapato e correspondente do
jornal Wampula Fax, por parte de dirigentes do governo distrital e do município
de Angoche, província de Nampula.

Os episódios de pressão contra o jornalista intensificaram-se após a publicação
de conteúdos jornalísticos que abordaram questões de interesse público,
nomeadamente falhas na comunicação entre autoridades de saúde e
comunidades locais, suspeitas sobre a gestão de fundos municipais e o
descontentamento dos funcionários do município face ao pagamento de salários
em atraso, fora dos parâmetros da Tabela Salarial Única (TSU).

Em retaliação a esse trabalho jornalístico, Izidine Abdala tem sido alvo de
ameaças directas e indiretas, incluindo chamadas telefónicas intimidatórias e
recados de natureza violenta, que colocam em risco a sua integridade física e o
exercício livre da sua profissão.

A vítima chegou a apresentar queixa às autoridades, que de imediato intimaram
os agressores a comparecer à esquadra. No entanto, a ordem não foi cumprida,
configurando mais um crime de desacato às autoridades.

O Posicionamento

O MISA Moçambique condena fortemente os actos de intimidação sofridos pelo
jornalista Izidine Abdala Suleimana, considerando-os uma grave violação à
Liberdade de Imprensa e de Expressão, garantidos pela Constituição da
República de Moçambique.

Tais práticas são inaceitáveis num Estado de Direito e atentam contra o trabalho
livre, responsável e independente da imprensa. Intimidar jornalistas por
denunciarem factos de interesse público é uma forma clara de censura e um
atentado à democracia.

O MISA Moçambique apela às entidades envolvidas a cessarem imediatamente
as ameaças contra o jornalista e às autoridades competentes para que
investiguem com urgência estes actos e responsabilizem os seus autores conforme
a lei.

O MISA reafirma o seu compromisso em acompanhar de perto este caso e
providenciar todo o apoio necessário ao jornalista, no âmbito da sua missão de
defesa da liberdade de imprensa, como um dos pilares fundamentais para a
construção de uma sociedade informada, justa e democrática.


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