Dois jornalistas da televisão MIRAMAR, Delfim Anacleto e Félio Miguel, foram alvo de agressão verbal e confisco de equipamentos de trabalho (câmera e telefone) na passada terça-feira, 03 de Junho de 2025, enquanto cobriam um evento público na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado.
O episódio deu-se quando os jornalistas cobriam o encontro entre o edil da Cidade de Pemba, Abdulgani Satar, que convidara a equipe de televisão, moradores do bairro de Metula, arredores da Cidade de Pemba e a empresa MOZ ENVIRONMENT, especializada na gestão e tratamento de resíduos sólidos perigosos, produzidos por empresas que se dedicam a pesquisa e exploração de recursos naturais e outras actividades.
O encontro surgiu como resultado de denuncias feitas pelos residentes do bairro, que reclamavam há três anos do cheiro nauseabundo causado pelas actividades desta empresa. Na ocasião, o edil decidiu pelo encerramento imediato das actividades da empresa, em resposta às preocupações dos munícipes.
Quando os repórtes captavam as imagens do recinto da empresa foram impedidos por seguranças da empresa privada GARDA WORLD, que segundo testemunhas, sob ordens do gestor da empresa, descrito como um cidadão estrangeiro de raça branca que confiscaram os equipamentos de trabalho dos jornalistas, ficando em seu poder por cerca de dez minutos e mais tarde foram devolvidos aos repórtes que acabaram por ser escorraçados da empresa.
Posicionamento
O MISA Moçambique condena veementemente este acto, que representa uma violação grave à liberdade de imprensa, ao direito à informação e à integridade física dos jornalistas. O exercício da profissão jornalística deve ser protegido e respeitado, sobretudo em contextos de interesse público como este, que envolve questões ambientais e de saúde pública.
O MISA exige as autoridades competentes, nomeadamente o Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) e a Procuradoria Provincial, abram uma investigação rigorosa sobre o caso e responsabilizem todos os envolvidos nesta acção ilícita.
O MISA Moçambique reitera o seu compromisso com a defesa da liberdade de imprensa, da integridade dos profissionais da comunicação social e do direito do público a ser informado com transparência e responsabilidade.