80 profissionais dos quais 60 jornalistas e 20 defensores dos direitos humanos, discutem dinâmicas dos processos eleitorais em Moçambique, numa iniciativa conjunta entre o MISA Moçambique e a Comissão Nacional de Direitos Humanos com o apoio da UNESCO.
Trata-se de seminários que acontecem em três províncias nomeadamente Zambezia, Cabo Delgado e Nampula com o objectivo de capacitar estes profissionais para uma actuação mais informada, crítica e responsável no contexto dos processos eleitorais e pós-eleitorais. Estes encontros visam também promover a reflexão conjunta sobre soluções para a crise política que o país enfrenta.
Nas discussões, os participantes apontam a deterioração das condições de vida e a percepção de desigualdades sociais como causas estruturais da crise actual, sublinhando a necessidade de maior justiça social. Além disso, destacam a urgência de despartidarizar as instituições do Estado, garantir a implementação efectiva da legislação eleitoral e fortalecer a credibilidade das eleições através de maior engajamento cívico e responsabilização por infracções eleitorais.
Os seminários que se realizam sob o lema“Dinâmica dos Processos Eleitorais e Suas Consequências em Moçambique”, acontecem num momento particularmente critico para Moçambique, que recentemente foi marcado por uma profunda crise política pós-eleitoral alimentada por alegações generalizadas de fraude nas eleições gerais. Como consequência, a instabilidade provocou manifestações violentas, violações de direitos humanos, repressão à liberdade de expressão e ataques a jornalistas e activistas.
É neste contexto, que o MISA Moçambique e a CNDH, com o apoio da UNESCO, buscam através da realização destes seminários, fortalecer o papel dos media e das organizações de direitos humanos como actores essenciais na promoção da transparência, da democracia e da paz social.