Foi com muita dor e pesar que o MISA-Moçambique tomou conhecimento do desaparecimento físico do Jornalista e escritor Calane da Silva, ocorrido no dia 29 de Janeiro, na cidade de Maputo.
A morte de Calane da Silva, aos 76 anos de idade, representa uma perda irreparável para o jornalismo, para as artes e letras e para a academia moçambicana.
O legado de Calane da Silva na afirmação do jornalismo e da Liberdade de Imprensa em Moçambique, caracteriza-se pela sua trajectória profissional, da qual se destaca a sua contribuição na fundação da Televisão de Moçambique, em 1980, onde chegou a ocupar os cargos de Director de Informação e de administrador. Destaca-se, igualmente, a sua passagem pelos jornais Notícias e Domingo.
Calane da Silva foi um intelectual e escritor por excelência. Formado em Linguística portuguesa pela Universidade do Porto, venceu o prémio José Craveirinha, em 2011, o mais alto galardão literário em Moçambique. No seu acervo destacam-se 10 obras literárias, entre as quais Xicandarinha na lenha do mundo, Ao mata-bicho, Nyembêtu, entre outras. Foi, também, docente na Universidade Pedagógica de Maputo e coordenador do Centro Cultural Brasil-Moçambique. A Liberdade de Expressão foi, em tudo quanto se propunha a realizar, a marca dos dircursos e intervenções de Calane da Silva.
Para o MISA-Moçambique e seus membros, nada mais resta senão tornar a obra e o legado de Calane da Silva uma permanente fonte de inspiração para o exercício de um Jornalismo mais profissional, em prol de uma sociedade verdadeiramente livre e devidamente informada, onde os cidadãos expressam os seus pensamentos sem receio de represálias.