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A digitalização não pode ser evitada não existe alternativa para ela professora Carla Baptista Esta foi uma das principais afirmações do Primeiro Painel do Fórum de Media, Direitos Humanos, Cidadania e Desenvolvimento, que teve lugar esta segunda-feira, 02 de Dezembro, em Maputo.

Subordinado ao tema “os desafios dos media no contexto da Digitalização: dos desafios globais às experiências de regulação, em Moçambique”, o painel contou com a participação de oradores nacionais e internacionais. Entre eles, Carla Filipe Baptista, professora de Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, Portugal, que abriu as apresentações com uma análise das oportunidades e desafios trazidos pela digitalização.


Para a pesquisadora, num mundo em permanentes transformações tecnológicas, como o que vice a humanidade, actualmente, a digitalização é inevitável. No seu entendimento, não há alternativa, à digitalização, que não seja a própria digitalização. De acordo com Carla Baptista, a “digitalização transforma ambientes, multiplica as escolhas e tem um grande potencial para estimular soluções inovadoras”.

A digitalização não pode ser evitada não existe alternativa para ela professora Carla Baptista Contudo, anotou a oradora, é importante ter em mente que o ambiente digital não é apenas positivo. Pelo contrário, há aspectos negativos que exigem atenção. A título de exemplo, disse que a digitalização não irá resolver o que chamou de “desigualdades estruturais”, tais como a fragilidade das democracias e as disparidades sociais. Pelo contrário, indicou, o digital tende a agravar esses problemas. “Este é o primeiro alerta que eu queria deixar, porque é uma coisa que deve nos preocupar”, advertiu. “Quem quiser avançar no mercado digital precisa ter consciência disso e definir suas prioridades de forma estratégica”, acrescentou. A professora também sublinhou a necessidade de se garantir a igualdade de acesso ao digital, apontando que a inclusão é um factor essencial para que todos possam participar, plenamente, das oportunidades oferecidas por essa transformação tecnológica.

Por sua vez, o jornalista e gestor de media, Simão Anguilaze, concentrou a sua apresentação nos desafios de regulamentação enfrentados pelos meios de comunicação social, em Moçambique, com enfase no contexto da digitalização. Com efeito, criticou a lentidão na aprovação de leis que regulamentem o sector. Tomou como exemplo as Leis de Comunicação Social e de Radiodifusão, afirmando que “quando estas leis forem finalmente aprovadas, já estarão desatualizadas, pois não irão incorporar muitos dos elementos que estamos a discutir hoje”.

Por isso, entende Anguilaze, “precisamos reforçar a capacidade institucional das entidades responsáveis para que possamos avançar de maneira eficaz”. Para o orador, é preciso sair das discussões para acções concretas. Por sua vez, o director do MISA Regional, Tabani Moyo, abordou questões práticas relativas à produção de conteúdo na era digital. Na sua intervenção, Moyo destacou as imensas oportunidades para criatividade, advocacia e crescimento económico, que a digitalização traz, mas alertou para os riscos, como desinformação, cibersegurança e desigualdades no acesso à tecnologia.

“A produção de conteúdo, na era digital, oferece imensas oportunidades, mas exige mitigação activa de riscos. É necessário promover práticas éticas, inclusão e investimentos em alfabetização digital. Para construir um ecossistema digital robusto, é preciso uma abordagem multissetorial que envolva formuladores de políticas, líderes da indústria, sociedade civil e criadores de conteúdo”, indicou.

Refira-se que este foi o primeiro dos quatro painéis de discussão agendados para esta primeira edição do Fórum de Media, Direitos Humanos, Cidadania e Desenvolvimento. A segunda sessão teve lugar esta terça-feira, 03 de Dezembro. A terceira e quarta vão decorrer, respectivamente, na quarta e quinta-feira, de forma virtual, podendo, os interessados, participar através dos seguintes endereços:
4 de Dezembro (Tema: as práticas e produção de conteúdos digitais: ameaças, riscos e oportunidades
https://us02web.zoom.us/j/81977967772?pwd=PopBGVc5I4gtmXr7npIjGQ6HvxC4Bh.1); e 5 de Dezembro (Tema: a regulação dos media e a formação profissional em contexto da digitalização https://us02web.zoom.us/j/81863893823?pwd=WGFyba8ELiBvXZkcPbjZzb5BDIU7Ko.1 Senha de acesso: 651802).

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