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Promovendo a Liberdade de Expressão na África Austral

IMG 0123Um estudo produzido pelo Centro de Estudos Interdisciplinares de Comunicações (CEC) e pelo MISA Moçambique, em parceria com o Sindicato Nacional de Jornalista (SNJ), lançado na passada quarta-feira, 19 de Abril, revela que em 2016 registou-se várias violações de ética na imprensa escrita moçambicana, com maior destaque para plágio e ausência de contraditório.

O estudo (disponíveil aqui-http://www.misa.org.mz/index.php/publicacoes/relatorios/30-analise-de-questoes-eticas-na-imprensa-escrita-em-mocambique) compreendeu a análise de conteúdo de nove jornais de circulação nacional, três diários e seis semanários, na maioria subscritoras do Código de Ética e Deontologia Profissional dos Jornalistas em Moçambique. Ao todo foram detectados 486 artigos que violam a ética nos jornais diários e 280 nos semanários, totalizando 722 casos de violações.

O plágio e a ausência de contraditório foram mais notórios nalguns órgãos de informação moçambicana, nomeadamente os jornais “O País” e o Notícias, respectivamente. Enquanto o jornal “O País” foi considerado o que mais plágio cometeu, o “Notícias” posicionou-se na liderança pela ausência de contraditório nas suas reportagens.

Os resultados do relatório, intitulado ʺQuestões Éticas na Imprensa Escrita em Moçambiqueʺ, não surpreenderam os jornalistas presentes. Pelo contrário, os jornalistas reconheceram o dilema e prometeram melhorar nestes aspectos, a luz do código de Ética de Ética e Deontologia Profissional dos Jornalistas aprovado a 05 de Maio de 2012.

Vários jornalistas defenderam a necessidade de uma contínua exposição, através de relatórios de género, das violações de casos de ética para uma mudança de comportamento e melhoria da qualidade dos conteúdos jornalísticos na imprensa escrita moçambicana.

O secretário-geral do Sindicato Nacional dos Jornalistas (SNJ), Eduardo Constantino, disse, na abertura do evento, que o objectivo da parceria com o Centro de Estudos Interdisciplinares de Comunicação (CEC) e Instituto de Comunicação da África Austral (MISA-Moçambique) na produção do relatório era de trazer ao debate essas violações éticas, pois muitas vezes os jornalistas violam instrumentos que eles mesmos aprovaram.

Acrescentou ainda que os jornalistas devem fazer o uso do código de conduta para prestar informação de qualidade: ʺé de questionar a fiabilidade da informação publicada por um jornalista que pede boleia ou ajuda de custos a uma determinada entidade para a cobertura de facto. Existe o codigo de conduta eleitoral que pode ser usado no dia-a-dia da actividade jornalistica para evitar esse tipo de casoʺ.

Rui Carvalho, editor do jornal Público, reconhece as violações éticas que constam no relatório e acredita que o relatório poderá ser uma base para melhorar a credibilidade dos jornais.
Armando Nenane, jornalista activista social, salientou a necessidade de se discutir as questões éticas no real, porque são aspectos que passam nos jornais todos os dias.
Fernando Gonçalves, presidente do MISA-Moçambique, realçou a necessidade de se chamar a responsabilidade as empresas mediáticas em casos de violações éticas e a criação de um Livro de Estilo para as redacções nacionais.

Para o director executivo do MISA-Moçambique, Ernesto Nhanale, o presente relatório não tem intenção de penalizar qualquer imprensa, mas sim corrigir falhas que podem ser evitados, numa altura em que a flexibilidade em querer publicar primeiro fala mais alto que a qualidade da informação.”


Nhanale prometeu que nos próximos anos o estudo poderá abranger a imprensa audiovisual (rádio e TV), pois estas não estão isenta de atropelos éticos.

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