Foi há 7 de Abril passado que foi raptado, em plena vila de Palma, o jornalista e locutor da Rádio Comunitária de Palma, Ibraimo Abu Mbaruco. Na altura de detenção, por volta das 19 horas, o jornalista comunicou aos colegas sobre a sua suposta detenção pelas Forças Armadas, através de uma mensagem, em que informava que “Eu fui cercado com militares”.
O colega que recebeu a mensagem respondeu-lhe: “Colega, a emissora aqui está para abrir, estás aonde?”. A mensagem nunca mais teve resposta até hoje, porque Ibraimo Mbaruco jamais voltou a ser comunicável.
Os colegas do jornalista comunicaram, imediatamente, o sucedido à toda a estrutura administrativa do Distrito de Palma, nomeadamente o Administrador, o Secretario Permanente e Comandante Distrital da PRM. Ou seja, toda a estrutura administrativa teve conhecimento imediato do sucedido.
O MISA Moçambique desencadeou uma série dos processos, com vista a localização e a libertação do jornalista, das quais o envio ao Presidente da República de uma carta na qual apelava ao Chefe do Estado para que, usando os seus bons ofícios, articulasse, com muita brevidade, os mecanismos que pudesse levar à restituição de liberdade ao jornalista IBRAIMO ABU MBARUCO.
Em resposta a carta, a Presidência da República convocou o MISA Moçambique para um encontro, realizado na sexta-feira passada (24.04.2020). No encontro, foram solicitados ao MISA Moçambique alguns esclarecimentos sobre o desaparecimento do jornalista.
Nesta segunda-feira (27.04.2020), a Presidência da República convidou o MISA para informar que deve remeter o caso à Procuradoria Geral da República.
Um dia depois, terça-feira (28.04.2020), o MISA Moçambique foi convocado pelo Comando Geral da Polícia para um encontro de esclarecimento do processo, que teve lugar no dia 29 de Abril. No encontro o MISA Moçambique deu as informações possível que tinha recolhido junto dos colegas, amigos e familiares do jornalista em Palma.
Hoje, passam 30 dias ainda não houve esclarecimento sobre o paredeiro do jornalista.
O MISA Moçambique pede às autoridades governamentais que intensifiquem acções visando a localização e à restituição de liberdade ao jornalista.
O MISA Moçambique lembra que é função do Estado, através do governo, defender os seus cidadãos. O “rapto” e o desaparecimento de Mbaruco deve constituir uma preocupação do Governo e do Estado.
Maputo, 7 de Maio de 2020