Mais de 30 jornalistas de diversos órgãos de informação beneficiam, desde esta terça-feira, em Pemba, Província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, de uma capacitação em segurança e cobertura jornalística em ambientes voláteis.
O treinamento visa, sobretudo, equipar jornalistas com habilidades e ferramentas e encorajá-los a produzirem reportagens investigativas de qualidade em ambientes de instabilidade, além de consciencializá-los sobre os riscos de trabalhar em ambientes de insegurança e instabilidade.
Na abertura do evento, o Presidente do MISA-Moçambique, Fernando Gonçalves, disse que a iniciativa deriva do facto de Moçambique viver um dos mais complexos momentos da sua história, com o recrudescimento de tensões político-militares e de insegurança pública, perpetrada, por um lado, pelos dissidentes da autoproclamada Junta Militar da Renamo, no centro do país, e por grupos extremistas, ainda sem rosto, que têm vindo a semear dor e luto na região norte de Moçambique.
Paralelamente a estes eventos, na óptica de Fernando Gonçalves, estão os sucessivos casos de ameaças, ataques e intimidações aos jornalistas no país, o que exige uma intervenção para mitigar o problema. “Estes eventos minam a cobertura equilibrada e isenta dos jornalistas, abrindo-se, desta forma, espaço para a propagação de falsidades e boatos”, disse Fernando Gonçalves.
Além de jornalistas de Cabo Delgado, a formação, de dois dias, conta, igualmente, com editores seniores de alguns órgãos de comunicação social moçambicanos. O evento servirá, também do momento para a troca de experiências sobre os caminhos a seguir na promoção e protecção das liberdades de imprensa, especialmente em ambiente jornalístico de insegurança.