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A ALEGAÇÃO

Desde o passado final de semana que circula, nas redes sociais digitais, um vídeo que é associado a um alegado julgamento de Manuel Chang, nos Estados Unidos da América (EUA), para onde o antigo ministro das Finanças de Moçambique foi, recentemente, extraditado pela África do Sul, no âmbito de acusações relacionadas ao caso das chamadas “dívidas ocultas”.

No vídeo de mais de 8 minutos, que circula em vários grupos de WhatsApp, Edson Cortez, director do Centro de Integridade Pública (CIP) entrevista Borges Nhamirre, jornalista e pesquisador desta organização da sociedade civil, este último encontrando-se, no momento da gravação do vídeo, nos EUA. Num dos grupos de WhatsApp, esta segunda-feira, 14 de Agosto, o vídeo é acompanhado pela seguinte legenda: “Rescaldo do penúltimo dia do julgamento do Manuel Chang nos Estados unidos, há surpresas”.

OS FACTOS

O vídeo em causa é real, mas está a ser partilhado fora do respectivo contexto. De facto, o vídeo foi gravado nos EUA e é referente a um julgamento relacionado às “dívidas ocultas”, um escândalo financeiro avaliado em mais de USD 2 mil milhões. No entanto, o vídeo não é recente e nem retrata julgamento de Manuel Chang. Gravado em 2019, o vídeo faz o rescaldo, isso sim, do julgamento de Jean Boustani, um cidadão libanês que era acusado pela Procuradoria Federal dos EUA de conspirações para cometer fraude de transferências, fraude de valores mobiliários e lavagem de dinheiro, no âmbito do projecto que culminou com as "dívidas ocultas”, em Moçambique.

Na altura, Borges Nhamirre encontrava-se, de facto, nos EUA, a acompanhar o julgamento de Jean Boustani. O vídeo foi, pois, originalmente publicado no dia 21 de Novembro de 2019, no YouTube do CIP. Mais ainda, o julgamento de Manuel Chang, nos EUA, ainda não arrancou, podendo começar só em Janeiro de 2024.

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A ALEGAÇÃO

Há mais de um mês que circula, nas redes sociais da internet, um vídeo (veja-o no fim desta publicação) mostrando o presidente do Município de Inhambane, Benedito Guimino, junto a médicos tradicionais, vulgo “curandeiros”, alegadamente a tentar “a última cartada”. O vídeo, no qual um “curandeiro” manuseia objectos da sua actividade, sugere que Benedito Guimino recorreu à medicina tradicional para garantir a renovação de mandato como edil da cidade de Inhambane, na sequência das eleições autárquicas deste ano.

Um internauta chega a questionar “como vai prosperar um país governador por demónios”, numa publicação que, até as 7:30h desta sexta-feira, 11 de Agosto, estava disponível aqui.

 

OS FACTOS

O vídeo e os factos que ele demonstra são autênticos. Mas sua publicação está a ser feita num contexto manipulado. Na verdade, o vídeo foi produzido durante a campanha eleitoral para as autárquicas de 2018. Foi durante uma visita do então candidato à sede da Associação dos Médicos Tradicionais (AMETRAMO), ao nível da cidade de Inhambane. Portanto, ao invés da alegada “tentativa de última cartada” para as eleições de 2023, o vídeo retrata mais um dia de campanha eleitoral, em 2018, tal como demonstram as vestimentas e os cartazes do partido Frelimo, que são típicos em períodos de campanhas.

O presidente da AMETRAMO, na cidade de Inhambane, Pedro Banguela Guila, presente no vídeo em causa, explicou, ao Misa Check, que o acto descrito no vídeo foi da iniciativa dos próprios médicos tradicionais que, quando o edil foi pedir votos na AMATRAMO, decidiram fazer “consulta” sobre as possibilidades de o candidato vencer as eleições e a sua saúde para dirigir o Município.

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