Este facto, gerou diferentes reações, levando alguns internautas, incluindo em grupos de whatsap, a considerarem que esta vacina está a ser distribuída apenas nos países africanos e não nos países desenvolvidos porque não é segura. O MISACHECK, em parceria com o MOZCHECK, procurou aferir a veracidade sobre a existência dessa vacina e das suas respectivas especificações em termos de distribuição geográfica, ao que constactou que se trata de uma notícia falsa.
Da pesquisa feita, foi possível constatar que a Remdesvir é, na verdade, uma injeção usada para tratar a Covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2 em adultos hospitalizados e crianças com 12 anos de idade ou que pesam pelo menos 40 kg. Este medicamento está na classe dos chamados antivirais e age impedindo que o vírus se espalhe no corpo.
Portanto, o medicamento existe. Contudo, não se trata de uma vacina contra a Covid-19, conforme o veiculado nas redes sociais. Mais ainda, a alegacão de que esta suposta vacina é distribuída apenas em África e não no Ocidente por ser insegura também é falsa. De acordo com a agência Boom, a Remdesvir é também distribuída nos Estados Unidos da América e na Europa, sendo que em Julho de 2020, Washington anunciou ter comprado 92% de toda a produção de Remdesivir pelo Laboratório Gilead até o final de Setembro.
De igual modo, a Comissão Europeia assinou contrato com a farmacêutica Gilead para garantir doses de Veklury, marca da Remdesivir, tendo sido este o primeiro medicamento autorizado pela UE para tratar a Covid-19.
A Reuters esclarece que a Gilead produz Remdesivir em aproximadamente 50 países. No entanto, para expandir seu fornecimento de tratamento para outras partes do mundo, a Gilead assinou pactos de licenciamento não exclusivos com vários outros fabricantes de medicamentos, sendo um deles a Cipla. O fabricante do medicamento disse que a restrição do rótulo mostrada nas publicações das redes sociais indica simplesmente territórios não licenciados para fornecimento pela Cipla.
Importa referir que no dia 20 de Novembro de 2020, a OMS emitiu uma recomendação condicional contra o uso de Remdesivir em pacientes hospitalizados, independentemente da gravidade da doença, pois actualmente não há evidências de que a Remdesivir melhore as possibilidades de sobrevivência e outros resultados nesses pacientes.