A ALEGAÇÃO
Nas últimas três horas de hoje, sexta-feira, 30 de Agosto, uma alegação tem circulado amplamente nas redes sociais da internet, indicando que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) terá emitido um comunicado pedindo desculpas à Coligação Aliança Democrática (CAD) e ao seu ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane, após ter rejeitado a candidatura do partido. De acordo com a informação, a CNE admitiu que a sua decisão foi tomada sem a devida consideração de todas as provas necessárias. Num suposto comunicado que lhe é atribuída, a CNE é citada a referir que “estamos profundamente envergonhados pelo ocorrido. Reconhecemos que o processo não foi conduzido com a devida diligência, o que resultou em uma decisão prematura e injusta para o CAD e para Venâncio Mondlane”, conforme se pode ler aqui. Em menos de uma hora, a publicação viralizou em várias outras páginas do Facebook, que também replicaram a informação. Em algumas dessas partilhas, pode se ler que ‘‘a CNE admite que o processo foi falho, prematuro e injusto para CAD e Venâncio Mondlane‼️’’, considerando isso como uma ‘‘Brincadeiras de mau gosto’’.
OS FACTOS
Entretanto, esta informação é completamente falsa. De facto, a Comissão Nacional de Eleições não emitiu nenhum comunicado a pedir desculpas sobre a CAD ou Venâncio Mondlane, nem qualquer outra publicação. Aliás, ao que o Misa Check apurou, a CNE não emitiu, hoje, nenhum comunicado de imprensa. A última publicação da CNE data do dia 28 de Agosto e dava conta de capacitação de agentes eleitorais. Aliás, confrontado, esta semana, numa entrevista ao Centro de Integridade Pública, sobre a actuação da CNE, que é vista como beneficiando uns e a não a todos que estão no processo eleitorail, embora sem se referir especificamente ao “caso CAD”, o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica disse que só se poderá pronunciar se um dia a CNE sentar e fazer análise sobre o que chamou de perceções pessoais. Em suma, a alegação de que a CNE fez um pedido de desculpas à CAD e a Venâncio Mondlane não corresponde à realidade.
A ALEGAÇÃO
Com a ausência do presidente da Renamo, na campanha eleitoral em curso, há uma imagem a viralizar nas redes sociais da internet, de um paciente acamado, com a legenda de ser Ossufo Momade hospitalizado. Ao que dectetou o Misa Check, a imagem está a circular a uma velocidade de luz em várias plataformas digitais, particularmente no Facebook e em grupos de WhatsApp, duas das redes sociais digitais mais usadas em Moçambique. Junto à imagem do paciente, que é assistido por uma equipa médica, está colada uma fotografia com o rosto do presidente da Renamo, com a legenda “Ossufo está doente”. No geral, a imagem está a ser usada como a prova de que Ossufo Momade “está gravemente doente” e em uma cama de hospital a ter tratamento médico.
Nas publicações e reacções à imagem, pode se encontrar todo tipo de comentário, incluindo que “as mentiras tem pernas curtas” , desmentido-se a recente resposta pública dada pela Renamo que, perante as informações sobre o estado de saúde do seu presidente, veio informar que Ossumo Momade está bem e que viajou para o estrangeiro a fim de tratar questões do interesse do partido. Os dados sobre o país estrangeiro onde alegadamente Ossufo Momade está hospitalizado são contraditórios. Alguns indicam estar na África do Sul, mas outros dão conta de estar em Portugal.
OS FACTOS
Embora a Renamo tenha desmentido que o seu presidente esteja doente, não se sabe ao certo em que estado de saúde se encontra Ossufo Momade. Entretanto, há um facto irrefutável: a imagem que está a viralizar, nas redes sociais da internet, como a prova de que Ossufo está hospitalizado, não tem a ver com a situação em curso e nem é de Moçambique. Pelo contrário, trata-se de uma fotografia de arquivo feita no Quénia, no dia 17 de Junho de 2021, durante a pandemia da Covid-19. Ao invés de Ossufo Momade, a pessoa acamada é um paciente a ser atendido numa Unidade de Cuidados Intensivos deste país africano. Portanto, mesmo sem se conhecer, com segurança, o estado de saúde do presidente da Renamo, o contexto da publicação, pelo menos da imagem em causa, está completamente deturpado.
A ALEGAÇÃO
Circula, em grupos de WhatsApp, uma imagem de uma alegada capa do jornal The New York Times, com o título "The Assassins of a Nation Called Mozambique" (Os Assassinos de uma Nação Chamada Moçambique”. A publicação, com a data de 8 de Novembro de 2024, apresenta fotografias do candidato presidencial, Venâncio Mondlane, e dos activistas Adriano Nuvunga e Quitéria Guirengane.
OS FACTOS
Entretanto, esta informação é completamente falsa. O layout da capa do The New York Times foi claramente manipulado para inserir conteúdos sobre Moçambique, no lugar da informação original que é sobre a política americana.
De facto, a edição do dia 8 de Novembro de 2024, do The New York Times, trazia como manchete principal "President-Elect Spun His Own Grievances Into Political Gold" (o Presidente eleito – no caso Donald Trump, dos Estados Unidos da América - transformou as suas próprias queixas em ouro político”, como se pode ver na imagem abaixo e disponível aqui.