A ALEGAÇÃO
Está a circular, nas redes sociais digitais, uma fotografia do treinador da selecção de futebol do Mali, Eric Chelle, supostamente depois de inalar gás lacrimogéneo, em Moçambique. O contexto por detrás da publicação é de que o treinador terá sido vítima de uso de gás lacrimogéneo, pela Polícia moçambicana (em repressão a manifestações pós-eleitorais), à margem do jogo desta sexta-feira, com a selecção moçambicana de futebol, os Mambas, no Estádio Nacional do Zimpeto (ENZ), em Maputo.
OS FACTOS
Entretanto, esta é uma alegação completamente falsa. Para começar, o jogo entre as selecções moçambicanas e maliana ainda não iniciou, devendo iniciar apenas às 18h de Maputo. Em segundo lugar, a fotografia em causa não foi tirada no ENZ nem em Moçambique, como alegado. Uma verificação feita pelo Misacheck constatou que a fotografia em questão é, na verdade, uma captura de tela de um vídeo que foi tirado no contexto da Copa Africana de Nações (CAN) 2023, depois de a selecção de futebol do Mali ter perdido para a selecção da Costa do Marfim, como se pode ver no trecho do vídeo disponível aqui.
A ALEGAÇÃO
Circula, em grupos de WhatsApp, uma imagem de uma alegada capa do jornal The New York Times, com o título "The Assassins of a Nation Called Mozambique" (Os Assassinos de uma Nação Chamada Moçambique”. A publicação, com a data de 8 de Novembro de 2024, apresenta fotografias do candidato presidencial, Venâncio Mondlane, e dos activistas Adriano Nuvunga e Quitéria Guirengane. A mesma imagem já esta a ganhar repercussão no Facebook como se pode ver aqui.
OS FACTOS
Entretanto, esta informação é completamente falsa. O layout da capa do The New York Times foi claramente manipulado para inserir conteúdos sobre Moçambique, no lugar da informação original que é sobre a política americana. De facto, a edição do dia 8 de Novembro de 2024, do The New York Times, trazia como manchete principal "President-Elect Spun His Own Grievances Into Political Gold" (o Presidente eleito – no caso Donald Trump, dos Estados Unidos da América - transformou as suas próprias queixas em ouro político”, como se pode ver aqui.
A ALEGAÇÃO
Circula, desde o dia 12 de Outubro, nas redes sociais da internet, um vídeo que contém trechos da conferência de imprensa realizada no anterior dia 11, pela Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE UE). O vídeo, de aproximadamente 7 minutos e 45 segundos, foi publicado num canal de YouTube com a seguinte descrição: ‘‘Bomba, União Europeia reconhece vitória de Venâncio Mondlane e diz que a CNE deve publicar as actas’’. Ao longo do vídeo, são, ainda, mencionadas várias irregularidades supostamente destacadas durante a conferência de imprensa da MOE EU.
OS FACTOS
Embora o vídeo contenha trechos reais da conferência de imprensa da MOE UE, a alegação de que a "União Europeia reconhece vitória de Venâncio Mondlane" é falsa. Em nenhum momento Laura Ballarín, chefe da MOE EU, reconheceu a vitória de Venâncio Mondlane ou fez menção aos nomes dos candidatos presidenciais. Pelo contrário, Ballarín destacou como a actuação das Missões de Observação Eleitoral da União Europeia não inclui a declaração de vencedores nem perdedores. “Em nenhum país a MOE UE legitima ou valida os resultados eleitorais”, limitando o papel da Missão de observar e fazer recomendações sobre o processo eleitoral, informou, na ocasião, a fonte. Durante a conferência, foram, sim, mencionadas várias irregularidades do processo de votação descritas no vídeo e sim, Laura Ballarín reforçou algumas recomendações já feita pela Missão nas eleições gerais de 2019, de modo a contribuir para a transparência, confiança e credibilidade dos processos eleitorais moçambicanos. Portanto, o vídeo utiliza trechos verdadeiros, mas a interpretação e a narrativa construídas ao redor dessas declarações são incorrectas e enganosas.
A ALEGAÇÃO
Desde a tarde de hoje, 11 de outubro, circula nas redes sociais, especialmente no Facebook, uma alegação de que a União Europeia teria condenado a auto-proclamação de vitória de Venâncio Mondlane, candidato presidencial do partido PODEMOS nas eleições de 9 de outubro. De acordo com a informação, compartilhada na página de Facebook (MozManingueNice), Laura Ballarín, chefe da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE UE) às eleições moçambicanas 2024, teria condenado Venâncio Mondlane por se declarar forçosamente vencedor das eleições, antes da divulgação oficial dos resultados pelas autoridades competentes. Segundo a alegação, Laura Ballarín afirmou que o procedimento de Venâncio Mondlane mina o exercício democrático desejado por todos os moçambicanos. Acrescentando que é preciso confiar nas instituições responsáveis pela gestão do processo eleitoral. A publicação também sugere que a Missão de Observação Eleitoral da União Europeia desencoraja qualquer tentativa desta manifestação, bem como a auto-proclamação de vitória por parte dos candidatos. Além disso, a alegação vem acompanhada do logotipo da União Europeia e com a legenda: "UNIÃO EUROPEIA CONDENA AUTO-PROCLAMAÇÃO DE VITÓRIA DE VENÂNCIO MONDLANE". A publicação obteve cerca de 30 compartilhamentos em apenas três horas, espalhando-se rapidamente pelas redes sociais.
OS FACTOS
No entanto, a informação é completamente falsa. A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE UE) negou categoricamente que a sua chefe, Laura Ballarín, tenha feito tais declarações. Em resposta ao Misa Check, a MOE UE esclareceu que a publicação atribui à sua chefe declarações que ela nunca fez, supostamente condenando as mensagems públicas de Venâncio Mondlane proclamando-se vencedor das eleições. Embora a MOE UE reconheça que é inadequado que qualquer candidato se proclame vencedor antes da divulgação dos resultados oficiais pelas autoridades eleitorais, verificamos que não houve nenhuma condenação formal de Venâncio Mondlane, por parte da chefe da MOE EU, em nenhuma conferência de imprensa ou comunicado oficial como se pode verificar pelas suas declarações recentes.
A ALEGACÃO
Está a circular, nas redes sociais da internet, uma informação dando conta que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) decidiu que, para evitar fraudes, os eleitores que votam na Renamo e no seu candidato presidencial, Ossufo Momade, votarão num dia separado, no caso a 10 de Outubro. Além disso, a alegacão afirma que os votos para a Renamo serão colocados em urnas especiais, distintas das usadas para outros partidos.
OS FACTOS
Entretanto, esta alegação é completamente falsa. Não há nenhuma decisão tomada pela CNE de separar a votação de acordo com o partido ou candidato. As eleições gerais de 2024, que incluem as eleições presidenciais, legislativas, e para as assembleias provinciais e governadores de província, continuam marcadas oficialmente não para o dia 10 de Outubro, mas sim para o dia 9 de Outubro de 2024, conforme convocado pelo presidente da República. Por outro lado, a alegação de que os votos para a Renamo serão depositados em urnas especiais é, igualmente, falsa. O sistema eleitoral moçambicano adopta um modelo de urnas comuns para todos os partidos e candidatos. Não existe qualquer provisionamento ou previsão legal de urnas diferenciadas para qualquer partido específico. Finalmente, não há registo de qualquer decisão ou pronunciamento público da CNE sobre matéria desta natureza. A última publicação da CNE, na sua página oficial no Facebook, data do dia 12 de Setembro corrente e trata do lançamento da formação de candidatos para formadores de Membros de Mesas de Voto (MMVs), sem qualquer menção a mudanças no cronograma eleitoral.
A ALEGAÇÃO
Circula, pelo menos desde a semana passada, nas redes sociais digitais, uma informação sugerindo que o antigo bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), Tomás Timbane, teria retirado o seu apoio à candidatura de Venâncio Mondlane. Segundo a alegação, Tomás Timbane teria feito uma publicação na sua página oficial do Facebook, anunciando que o seu trabalho como voluntário pela cidadania com o candidato agora apoiado pelo partido Podemos chegou ao fim. A informação tornou-se viral nas plataformas digitais, sobretudo no Facebook e no WhatsApp, ganhando ainda mais força após o partido Renamo ter dado destaque ao assunto, publicando, na edição 349, de 12 de Setembro, do seu boletim “A Perdiz”, um artigo que é atribuído ao antigo bastonário da OAM. Na publicação, a Renamo, o partido que Venâncio Mondlane abandonou este ano, sugere que a alegada retirada de apoio de Tomás Timbane indica possíveis rixas internas na campanha de Venâncio Mondlane, o que gerou ainda mais especulações e reações online. “O antigo bastonário da Ordem dos Advogados, Tomás Tibana, atirou a ‘toalha ao chão’ no apoio ao Venâncio Mondlane, leia na íntegra a carta por ele publicada esta semana na sua conta oficial Facebook”, indica a “Perdiz”.
OS FACTOS
Entretanto, a alegação de que o antigo bastonário da OAM retirou o seu apoio a Venâncio Mondlane não corresponde à verdade. Na verdade, trata-se de uma informação enganosa que, provavelmente, assenta sobre a proximidade de nomes entre o advogado Tomás Timbane e o economista Roberto Tibana. Na verdade, quem endossou e depois retirou o seu apoio a Venâncio Mondlane é o economista Roberto Tibana e não o advogado Tomás Timbane. Com efeito, a carta que foi largamente atribuída a Tomás Timbane pertence, de facto, a Roberto Tibana, conforme se pode constatar aqui. Aliás, mesmo nas publicações que são atribuídas a Tomás Timbane, nota-se uma contradição nos elementos constitutivos da informação. A fotografia usada em várias publicações, por exemplo, é do economista Tibana e não do advogado Timbane. Igualmente, as publicações sobre esta alegação juntam o primeiro nome do advogado e o último do economista, ficando “Tomás Tibana”, conforme se pode ver aqui.
A ALEGAÇÃO
Desde a primeira semana do mês em curso que circula, nas redes sociais digitais, uma informação alegando que o ex-presidente da República, Joaquim Chissano, teria afirmado que Venâncio Mondlane é o primeiro moçambicano a dar “dor de cabeça” ao partido Frelimo. Segundo a alegação, Joaquim Chissano teria declarado, numa recente declaração aos media, que Venâncio Mondlane tem se mostrado um jovem extremamente inteligente e dedicado, o que tem causado preocupações no seio do partido no poder e que a sua actuação política e capacidade estratégica têm colocado desafios inéditos à Frelimo, consolidando sua posição como uma figura de destaque no cenário político nacional. A informação tornou-se, em pouco tempo, viral nas plataformas digitais, principalmente o Facebook e o WhatsApp. Numa das publicações, um dos principais apoiantes e advogado de Venâncio Mondlane reage indicando que “ainda é cedo”. Numa outra publicação, o alegado pronunciamento de Joaquim Chissano é associado a uma alegada falta de “espírito de liderança” do candidato presidencial da Frelimo, Daniel Chapo.
OS FACTOS
Entretanto, estes pronunciamentos são totalmente falsos. Não há nenhuma afirmação desta natureza que tenha sido feita pelo antigo presidente da República. Pelo contrário, Joaquim Chissano expressou, publicamente, o seu total apoio ao candidato da Frelimo, Daniel Chapo. Aliás, o Credível também verificou a alegacão e chegou à conclusão de ser falsa. Como se não bastasse, uma verificação minuciosa da alegação permite concluir que a data da sua publicação é de 09 de Maio de 2024, o que é inconsistente com a ligação que é feita de Venâncio Mondlane ao partido Podemos, visto que nessa altura o candidato presidencial ainda era membro da Renamo. Por outro lado, a imagem de Joaquim Chissano usada na alegação é relativa a uma declaração feita pelo antigo presidente em Outubro de 2023, momentos após exercer o seu direito de voto nas eleições autárquicas do ano passado.
Refira-se que esta não é a primeira vez que um membro sénior do partido Frelimo é associado a um suposto apoio ao candidato presidencial Venâncio Mondlane. No mês passado, foi Graça Machel, a antiga primeira-dama de Moçambique, falsamente citada a referir que “Venâncio Mondlane é o único sério” candidato presencial nas eleições deste ano. A informação também se tornou viral nas redes sociais digitais e Graça Machel viu-se obrigada a vir ao público para desmentir a alegação. Mais tarde, a esposa do primeiro presidente de Moçambique independente, Samora Machel, também fez um vídeo a declarar apoio ao candidato presidencial da Frelimo, Daniel Chapo.
A ALEGAÇÃO
Nas últimas três horas de hoje, sexta-feira, 30 de Agosto, uma alegação tem circulado amplamente nas redes sociais da internet, indicando que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) terá emitido um comunicado pedindo desculpas à Coligação Aliança Democrática (CAD) e ao seu ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane, após ter rejeitado a candidatura do partido. De acordo com a informação, a CNE admitiu que a sua decisão foi tomada sem a devida consideração de todas as provas necessárias. Num suposto comunicado que lhe é atribuída, a CNE é citada a referir que “estamos profundamente envergonhados pelo ocorrido. Reconhecemos que o processo não foi conduzido com a devida diligência, o que resultou em uma decisão prematura e injusta para o CAD e para Venâncio Mondlane”, conforme se pode ler aqui. Em menos de uma hora, a publicação viralizou em várias outras páginas do Facebook, que também replicaram a informação. Em algumas dessas partilhas, pode se ler que ‘‘a CNE admite que o processo foi falho, prematuro e injusto para CAD e Venâncio Mondlane‼️’’, considerando isso como uma ‘‘Brincadeiras de mau gosto’’.
OS FACTOS
Entretanto, esta informação é completamente falsa. De facto, a Comissão Nacional de Eleições não emitiu nenhum comunicado a pedir desculpas sobre a CAD ou Venâncio Mondlane, nem qualquer outra publicação. Aliás, ao que o Misa Check apurou, a CNE não emitiu, hoje, nenhum comunicado de imprensa. A última publicação da CNE data do dia 28 de Agosto e dava conta de capacitação de agentes eleitorais. Aliás, confrontado, esta semana, numa entrevista ao Centro de Integridade Pública, sobre a actuação da CNE, que é vista como beneficiando uns e a não a todos que estão no processo eleitorail, embora sem se referir especificamente ao “caso CAD”, o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica disse que só se poderá pronunciar se um dia a CNE sentar e fazer análise sobre o que chamou de perceções pessoais. Em suma, a alegação de que a CNE fez um pedido de desculpas à CAD e a Venâncio Mondlane não corresponde à realidade.
A ALEGAÇÃO
Circula, em grupos de WhatsApp, uma imagem de uma alegada capa do jornal The New York Times, com o título "The Assassins of a Nation Called Mozambique" (Os Assassinos de uma Nação Chamada Moçambique”. A publicação, com a data de 8 de Novembro de 2024, apresenta fotografias do candidato presidencial, Venâncio Mondlane, e dos activistas Adriano Nuvunga e Quitéria Guirengane.
OS FACTOS
Entretanto, esta informação é completamente falsa. O layout da capa do The New York Times foi claramente manipulado para inserir conteúdos sobre Moçambique, no lugar da informação original que é sobre a política americana.
De facto, a edição do dia 8 de Novembro de 2024, do The New York Times, trazia como manchete principal "President-Elect Spun His Own Grievances Into Political Gold" (o Presidente eleito – no caso Donald Trump, dos Estados Unidos da América - transformou as suas próprias queixas em ouro político”, como se pode ver na imagem abaixo e disponível aqui.
A ALEGAÇÃO
Uma publicação feita no dia 26 de Julho, numa página do Facebook denominada “Poli News”, anuncia suposta morte do director-executivo do MISA-Moçambique, Ernesto Nhanale. "Dizemos adeus a Ernesto Nhanale. Todo o Moçambique está de luto...", lê-se na legenda sobre uma fotografia do director-executivo do MISA Moçambique. A publicação inclui uma ligação (link) para um site supostamente da Televisão de Moçambique (TVM), com uma informação segundo a qual Ernesto Nhanale foi processado pelo Banco de Moçambique devido a declarações feitas na televisão. O suposto site da TVM inclui uma entrevista supostamente concedida por Ernesto Nhanale ao presidente do MISA, Jeremias Langa.
OS FACTOS
Entretanto, a informação divulgada tanto pela página “Poli News”, como pelo suposto site da TVM, é completamente falsa. O Misacheck, que tem contacto permanente com o director-executivo do MISA, está em condições de assegurar que Ernesto Nhanale está vivo e não foi processado pelo Banco de Moçambique - até porque não tem nenhum caso com o Banco Central. Uma verificação básica, tanto a página como ao site, permite constatar que se trata de fontes duvidosas, usadas para disseminar desinformação falsa.
O suposto site da TVM, por exemplo, não passa de uma invenção. É, na verdade, um site falso, que apenas se apropria da identidade visual do site oficial da estação pública de televisão para enganar o público. Mas o endereço do link é falso. Ao invés de https://www.tvm.co.mz, conforme o site oficial da TVM, o suposto site usado para difundir desinformação usa um link diferente, que pode ser acessado aqui.
Sucede que, ao longo do texto, há um link repetidamente partilhado para leva a uma plataforma de apostas, denominada EthereonEdge, que também tem espalhado informações enganosas, utilizando nomes de figuras públicas para atrair usuários, prometendo-lhes riqueza instantânea.
Aliás, na suposta entrevista concedida a Jeremias Langa, Ernesto Nhanale é citado a referir que o EthereonEdge é a solução certa para quem quer ficar rico rapidamente. Por sua vez, a página “Poli News” tem, desde a sua criação, a 27 de Junho, uma única publicação, exactamente sobre a suposta morte do director executivo do MISA.