A ALEGAÇÃO
Está a circular, nas redes sociais da Internet, uma alegação segundo a qual Jeremias Langa, presidente do MISA Moçambique e do MISA Regional, é o gestor da página oficial do Facebook do Conselho Constitucional (CC). A alegação é acompanhada pela imagem do presidente do MISA e da página do CC, conforme se pode ver aqui.
OS FACTOS
Trata-se, entretanto, de uma informação falsa. Na verdade, Jeremias Langa não é gestor da página do CC. O que sucede é que a página em causa foi originalmente criada em Maio de 2023, como parte de um projecto liderado por um grupo de jornalistas que pretendia utilizar o Facebook para oferecer aulas de jornalismo, com Jeremias Langa sendo o rosto principal da iniciativa. Contudo, o projecto não teve continuidade, mas a página não foi desactivada.
Entretanto, na quarta-feira desta semana, 11 de Dezembro, a página em causa foi alterada para "Conselho Constitucional". O contexto desta alteração é o seguinte: o CC contratou serviços de criação e gerenciamento de redes sociais digitais, com o objectivo de transmitir, ao vivo, os encontros com partidos políticos. No entanto, para realizar transmissões ao vivo, no Facebook, uma página precisa ter mais de 40 dias de existência. Por esse motivo, a empresa contratada reutilizou uma página já existente, que tinha sido criada para um programa de formação que teria como rosto Jeremias Langa. É aqui onde surgiu toda a associação que está a ser feita de Jeremias Langa à gestão das páginas do CC. Uma verificação à página em causa permite concluir que, antes da alteração do nome para "Conselho Constitucional", a mesma não possuía qualquer publicação relacionada ao CC. Na verdade, antes dos encontros desta semana com os partidos políticos, o CC não possuía contas nas redes sociais da Internet. Apenas tinha página web.
A ALEGAÇÃO
Circula, no espaço digital, desde a tarde de ontem, 27 de Novembro, uma imagem alegadamente representando uma captura de tela do Jornal da Tarde da Televisão de Moçambique (TVM). A imagem apresenta um fundo semelhante ao da TVM e, nela, está uma apresentadora dos serviços noticiosos da estação pública de televisão. No Gerenciador de Caracteres (GC), lê-se que "População viola lei: BTR sem Motorista atropela um cidadão em Maputo", numa clara referência a um dos casos que marcou as manifestações de ontem, nomeadamente o atropelamento de uma cidadã, por uma viatura militar, no centro da cidade de Maputo. A imagem, que viralizou nas redes sociais digitais, tem sido apresentada como um caso paradigmático da parcialidade da TVM, emissora conhecida pela propaganda a favor do Governo.
OS FACTOS
Entretanto, a alegada captura de tela é completamente falsa, não reflectindo, de forma alguma, o Jornal da Tarde de ontem. Para começar, no Jornal da Tarde da TVM de 27 de Novembro, não foi noticiado o atropelamento pela viatura militar, conforme se pode confirmar aqui. Além disso, o traje da apresentadora do Jornal da Tarde de quarta-feira é diferente do que ela traz na falsa imagem. Como se não bastasse, no Jornal da tarde em causa, não havia tradutora de línguas de sinais, contrariamente ao que se vê na imagem fabricada. Mais ainda, os textos dos GC da TVM são feitos a letras maiúsculas, diferentemente da alegação, que contém maiúsculas apenas nas iniciais. O MisaCheck entende que os autores desta desinformação apenas se basearam numa edição anterior do Jornal da Tarde para gerar uma imagem que se confundisse com o serviço noticioso de ontem.
ALEGAÇÃO
Circula, desde ontem, nas redes sociais digitais, um vídeo mostrando o recém-eleito presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, alegadamente a reconhecer a vitória de Venâncio Mondlane e a derrota da Frelimo nas eleições de 9 de Outubro, em Moçambique. No referido vídeo, vê-se Trump alegadamente a afirmar que “(...) moçambicanos estão a enviar mensagens no meu Twitter, pedindo apoio. A comunidade internacional sabe que a Frelimo perdeu as eleições e Venâncio é o legitimo vencedor. Se quiserem governar à força, iremos cortar o nosso financiamento ao Governo (moçambicano)”, conforme se pode ver aqui.
OS FACTOS
No entanto, esta alegação não é verdadeira, resultando de uma pura manipulação. A verificação feita pelo MisaCheck constatou que o vídeo em questão foi extraído de uma entrevista concedida por Donald Trump à Bloomberg News durante o The Economic Club of Chicago, no dia 15 de Outubro de 2024, nos EUA. Durante essa entrevista, Trump discutiu, exclusivamente, temas relacionados à economia dos Estados Unidos, incluindo tarifas, comércio, política monetária, dívida, relações com a China, Vladimir Putin, Google e imigração, como se pode ver aqui. Em nenhum momento, Trump mencionou Moçambique, Venâncio Mondlane ou a Frelimo. Além disso, esta entrevista ocorreu a 15 de Outubro, antes sequer de Donald Trump ser eleito próximo presidente dos EUA, o que só viria a acontecer a 5 de Novembro. Mais ainda, nesta data, ainda não se conheciam os resultados das eleições moçambicanas, que só foram divulgados no dia 24 de Outubro, pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
A ALEGAÇÃO
Circula, desde ontem, nas redes sociais digitais, uma alegação segundo a qual o Conselho Constitucional (CC) anunciará, esta segunda-feira, 25 de Novembro de 2024, os resultados definitivos das eleições gerais deste ano. Segundo a alegação, a proclamação dos resultados ocorrerá entre 13h e 15h de hoje. A informação tem sido acompanhada de mensagens com apelos para que os moçambicanos fiquem atentos, com a justificação de que tal anúncio ditará "o destino do país". Além disso, as mensagens que acompanham chegam a sugerir possíveis acções de violência caso os resultados não atendam às expectativas de determinados grupos, como se pode ler aqui.
OS FACTOS
Entretanto, não é verdade que o CC irá anunciar, hoje, os resultados eleitorais. Além de o CC não ter feito nenhum anúncio público de género, uma fonte do órgão garantiu, há poucos, ao Misa Check, que tal informação não constitui verdade. O CC encontra-se, ainda, a trabalhar sobre o dossier das eleições, não havendo, ainda, uma data definida para o anúncio dos resultados.
A ALEGAÇÃO
Está a circular, nas redes sociais digitais, uma fotografia do treinador da selecção de futebol do Mali, Eric Chelle, supostamente depois de inalar gás lacrimogéneo, em Moçambique. O contexto por detrás da publicação é de que o treinador terá sido vítima de uso de gás lacrimogéneo, pela Polícia moçambicana (em repressão a manifestações pós-eleitorais), à margem do jogo desta sexta-feira, com a selecção moçambicana de futebol, os Mambas, no Estádio Nacional do Zimpeto (ENZ), em Maputo.
OS FACTOS
Entretanto, esta é uma alegação completamente falsa. Para começar, o jogo entre as selecções moçambicanas e maliana ainda não iniciou, devendo iniciar apenas às 18h de Maputo. Em segundo lugar, a fotografia em causa não foi tirada no ENZ nem em Moçambique, como alegado. Uma verificação feita pelo Misacheck constatou que a fotografia em questão é, na verdade, uma captura de tela de um vídeo que foi tirado no contexto da Copa Africana de Nações (CAN) 2023, depois de a selecção de futebol do Mali ter perdido para a selecção da Costa do Marfim, como se pode ver no trecho do vídeo disponível aqui.
A ALEGAÇÃO
Circula, em grupos de WhatsApp, uma imagem de uma alegada capa do jornal The New York Times, com o título "The Assassins of a Nation Called Mozambique" (Os Assassinos de uma Nação Chamada Moçambique”. A publicação, com a data de 8 de Novembro de 2024, apresenta fotografias do candidato presidencial, Venâncio Mondlane, e dos activistas Adriano Nuvunga e Quitéria Guirengane. A mesma imagem já esta a ganhar repercussão no Facebook como se pode ver aqui.
OS FACTOS
Entretanto, esta informação é completamente falsa. O layout da capa do The New York Times foi claramente manipulado para inserir conteúdos sobre Moçambique, no lugar da informação original que é sobre a política americana. De facto, a edição do dia 8 de Novembro de 2024, do The New York Times, trazia como manchete principal "President-Elect Spun His Own Grievances Into Political Gold" (o Presidente eleito – no caso Donald Trump, dos Estados Unidos da América - transformou as suas próprias queixas em ouro político”, como se pode ver aqui.
A ALEGAÇÃO
Circula, desde o dia 12 de Outubro, nas redes sociais da internet, um vídeo que contém trechos da conferência de imprensa realizada no anterior dia 11, pela Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE UE). O vídeo, de aproximadamente 7 minutos e 45 segundos, foi publicado num canal de YouTube com a seguinte descrição: ‘‘Bomba, União Europeia reconhece vitória de Venâncio Mondlane e diz que a CNE deve publicar as actas’’. Ao longo do vídeo, são, ainda, mencionadas várias irregularidades supostamente destacadas durante a conferência de imprensa da MOE EU.
OS FACTOS
Embora o vídeo contenha trechos reais da conferência de imprensa da MOE UE, a alegação de que a "União Europeia reconhece vitória de Venâncio Mondlane" é falsa. Em nenhum momento Laura Ballarín, chefe da MOE EU, reconheceu a vitória de Venâncio Mondlane ou fez menção aos nomes dos candidatos presidenciais. Pelo contrário, Ballarín destacou como a actuação das Missões de Observação Eleitoral da União Europeia não inclui a declaração de vencedores nem perdedores. “Em nenhum país a MOE UE legitima ou valida os resultados eleitorais”, limitando o papel da Missão de observar e fazer recomendações sobre o processo eleitoral, informou, na ocasião, a fonte. Durante a conferência, foram, sim, mencionadas várias irregularidades do processo de votação descritas no vídeo e sim, Laura Ballarín reforçou algumas recomendações já feita pela Missão nas eleições gerais de 2019, de modo a contribuir para a transparência, confiança e credibilidade dos processos eleitorais moçambicanos. Portanto, o vídeo utiliza trechos verdadeiros, mas a interpretação e a narrativa construídas ao redor dessas declarações são incorrectas e enganosas.
A ALEGAÇÃO
Desde a tarde de hoje, 11 de outubro, circula nas redes sociais, especialmente no Facebook, uma alegação de que a União Europeia teria condenado a auto-proclamação de vitória de Venâncio Mondlane, candidato presidencial do partido PODEMOS nas eleições de 9 de outubro. De acordo com a informação, compartilhada na página de Facebook (MozManingueNice), Laura Ballarín, chefe da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE UE) às eleições moçambicanas 2024, teria condenado Venâncio Mondlane por se declarar forçosamente vencedor das eleições, antes da divulgação oficial dos resultados pelas autoridades competentes. Segundo a alegação, Laura Ballarín afirmou que o procedimento de Venâncio Mondlane mina o exercício democrático desejado por todos os moçambicanos. Acrescentando que é preciso confiar nas instituições responsáveis pela gestão do processo eleitoral. A publicação também sugere que a Missão de Observação Eleitoral da União Europeia desencoraja qualquer tentativa desta manifestação, bem como a auto-proclamação de vitória por parte dos candidatos. Além disso, a alegação vem acompanhada do logotipo da União Europeia e com a legenda: "UNIÃO EUROPEIA CONDENA AUTO-PROCLAMAÇÃO DE VITÓRIA DE VENÂNCIO MONDLANE". A publicação obteve cerca de 30 compartilhamentos em apenas três horas, espalhando-se rapidamente pelas redes sociais.
OS FACTOS
No entanto, a informação é completamente falsa. A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE UE) negou categoricamente que a sua chefe, Laura Ballarín, tenha feito tais declarações. Em resposta ao Misa Check, a MOE UE esclareceu que a publicação atribui à sua chefe declarações que ela nunca fez, supostamente condenando as mensagems públicas de Venâncio Mondlane proclamando-se vencedor das eleições. Embora a MOE UE reconheça que é inadequado que qualquer candidato se proclame vencedor antes da divulgação dos resultados oficiais pelas autoridades eleitorais, verificamos que não houve nenhuma condenação formal de Venâncio Mondlane, por parte da chefe da MOE EU, em nenhuma conferência de imprensa ou comunicado oficial como se pode verificar pelas suas declarações recentes.
A ALEGACÃO
Está a circular, nas redes sociais da internet, uma informação dando conta que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) decidiu que, para evitar fraudes, os eleitores que votam na Renamo e no seu candidato presidencial, Ossufo Momade, votarão num dia separado, no caso a 10 de Outubro. Além disso, a alegacão afirma que os votos para a Renamo serão colocados em urnas especiais, distintas das usadas para outros partidos.
OS FACTOS
Entretanto, esta alegação é completamente falsa. Não há nenhuma decisão tomada pela CNE de separar a votação de acordo com o partido ou candidato. As eleições gerais de 2024, que incluem as eleições presidenciais, legislativas, e para as assembleias provinciais e governadores de província, continuam marcadas oficialmente não para o dia 10 de Outubro, mas sim para o dia 9 de Outubro de 2024, conforme convocado pelo presidente da República. Por outro lado, a alegação de que os votos para a Renamo serão depositados em urnas especiais é, igualmente, falsa. O sistema eleitoral moçambicano adopta um modelo de urnas comuns para todos os partidos e candidatos. Não existe qualquer provisionamento ou previsão legal de urnas diferenciadas para qualquer partido específico. Finalmente, não há registo de qualquer decisão ou pronunciamento público da CNE sobre matéria desta natureza. A última publicação da CNE, na sua página oficial no Facebook, data do dia 12 de Setembro corrente e trata do lançamento da formação de candidatos para formadores de Membros de Mesas de Voto (MMVs), sem qualquer menção a mudanças no cronograma eleitoral.
A ALEGAÇÃO
Circula, pelo menos desde a semana passada, nas redes sociais digitais, uma informação sugerindo que o antigo bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), Tomás Timbane, teria retirado o seu apoio à candidatura de Venâncio Mondlane. Segundo a alegação, Tomás Timbane teria feito uma publicação na sua página oficial do Facebook, anunciando que o seu trabalho como voluntário pela cidadania com o candidato agora apoiado pelo partido Podemos chegou ao fim. A informação tornou-se viral nas plataformas digitais, sobretudo no Facebook e no WhatsApp, ganhando ainda mais força após o partido Renamo ter dado destaque ao assunto, publicando, na edição 349, de 12 de Setembro, do seu boletim “A Perdiz”, um artigo que é atribuído ao antigo bastonário da OAM. Na publicação, a Renamo, o partido que Venâncio Mondlane abandonou este ano, sugere que a alegada retirada de apoio de Tomás Timbane indica possíveis rixas internas na campanha de Venâncio Mondlane, o que gerou ainda mais especulações e reações online. “O antigo bastonário da Ordem dos Advogados, Tomás Tibana, atirou a ‘toalha ao chão’ no apoio ao Venâncio Mondlane, leia na íntegra a carta por ele publicada esta semana na sua conta oficial Facebook”, indica a “Perdiz”.
OS FACTOS
Entretanto, a alegação de que o antigo bastonário da OAM retirou o seu apoio a Venâncio Mondlane não corresponde à verdade. Na verdade, trata-se de uma informação enganosa que, provavelmente, assenta sobre a proximidade de nomes entre o advogado Tomás Timbane e o economista Roberto Tibana. Na verdade, quem endossou e depois retirou o seu apoio a Venâncio Mondlane é o economista Roberto Tibana e não o advogado Tomás Timbane. Com efeito, a carta que foi largamente atribuída a Tomás Timbane pertence, de facto, a Roberto Tibana, conforme se pode constatar aqui. Aliás, mesmo nas publicações que são atribuídas a Tomás Timbane, nota-se uma contradição nos elementos constitutivos da informação. A fotografia usada em várias publicações, por exemplo, é do economista Tibana e não do advogado Timbane. Igualmente, as publicações sobre esta alegação juntam o primeiro nome do advogado e o último do economista, ficando “Tomás Tibana”, conforme se pode ver aqui.