A ALEGAÇÃO
Circula, pelo menos desde a semana passada, nas redes sociais digitais, uma informação sugerindo que o antigo bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), Tomás Timbane, teria retirado o seu apoio à candidatura de Venâncio Mondlane. Segundo a alegação, Tomás Timbane teria feito uma publicação na sua página oficial do Facebook, anunciando que o seu trabalho como voluntário pela cidadania com o candidato agora apoiado pelo partido Podemos chegou ao fim. A informação tornou-se viral nas plataformas digitais, sobretudo no Facebook e no WhatsApp, ganhando ainda mais força após o partido Renamo ter dado destaque ao assunto, publicando, na edição 349, de 12 de Setembro, do seu boletim “A Perdiz”, um artigo que é atribuído ao antigo bastonário da OAM. Na publicação, a Renamo, o partido que Venâncio Mondlane abandonou este ano, sugere que a alegada retirada de apoio de Tomás Timbane indica possíveis rixas internas na campanha de Venâncio Mondlane, o que gerou ainda mais especulações e reações online. “O antigo bastonário da Ordem dos Advogados, Tomás Tibana, atirou a ‘toalha ao chão’ no apoio ao Venâncio Mondlane, leia na íntegra a carta por ele publicada esta semana na sua conta oficial Facebook”, indica a “Perdiz”.
OS FACTOS
Entretanto, a alegação de que o antigo bastonário da OAM retirou o seu apoio a Venâncio Mondlane não corresponde à verdade. Na verdade, trata-se de uma informação enganosa que, provavelmente, assenta sobre a proximidade de nomes entre o advogado Tomás Timbane e o economista Roberto Tibana. Na verdade, quem endossou e depois retirou o seu apoio a Venâncio Mondlane é o economista Roberto Tibana e não o advogado Tomás Timbane. Com efeito, a carta que foi largamente atribuída a Tomás Timbane pertence, de facto, a Roberto Tibana, conforme se pode constatar aqui. Aliás, mesmo nas publicações que são atribuídas a Tomás Timbane, nota-se uma contradição nos elementos constitutivos da informação. A fotografia usada em várias publicações, por exemplo, é do economista Tibana e não do advogado Timbane. Igualmente, as publicações sobre esta alegação juntam o primeiro nome do advogado e o último do economista, ficando “Tomás Tibana”, conforme se pode ver aqui.