A ALEGAÇÃO
Circula, nas redes sociais da internet, um vídeo de aproximadamente 31 segundos, referente ao encontro do dia 26 de Novembro em curso, entre o presidente da República, Filipe Nyusi, e três dos quatro candidatos presidenciais das eleições deste ano. O vídeo está a ser partilhado com uma alegação, em texto, indicando que Nyusi teria dito que Venâncio Mondlane foi candidato presidencial pelo partido Renamo. Além disso, a alegação indica que, ao tentar mencionar o nome completo de Venâncio Mondlane, o presidente teria se referido aos nomes "Elvino e Paulo". Sobre este último aspecto, a interpretação dada é de um Filipe Nyusi assombrado pelos “espíritos” de Elvino Dias e Paulo Guambe, numa clara associação do presidente ao bárbaro assassinato destes destacados apoiantes de Venâncio Mondlane.
OS FACTOS
O MisaCheck, ao verificar o vídeo, constatou que essas alegações não reflectem os factos. Para começar, o presidente não disse que Venâncio Mondlane foi candidato da Renamo. Nyusi estava a responder ao candidato da Renamo, Ossufo Momade, sobre a ausência de Venâncio Mondlane no encontro, quando afirmou que “talvez só dizer ao presidente da Renamo, o candidato Venâncio (…) não foi expulso de Moçambique”. No entendimento do MisaCheck, a confusão surge do facto de que, logo depois de se ter referido ao “presidente da Renamo” (que é Ossufo Momade), Nyusi mencionou, em seguida, “o candidato Venâncio”, o que foi interpretado como sendo único sujeito, quando são dois separados.
Sobre os nomes, sim, Filipe Nyusi errou quando tentava pronunciar o nome do candidado presidencial apoiado pelo Podemos. No entanto, em nenhum momento ele mencionou o nome “Elvino”. O nome pronunciado pelo presidente foi “Albino”. De facto, ao invés de Venâncio António Bila Mondlane, nome completo do candidato do Podemos, Nyusi disse “Venâncio António Albino Paulo”, numa clara confusão entre “Albino” e “Bila”. Aliás, ao se aperceber do erro, o presidente tratou, imediatamente, de corrigir para “Albino” por “Bila”. Mesmo assim, Filipe Nyusi, errou o nome do candidato presidencial do Podemos, ao continuar a referir-se a “Paulo”, que não faz parte do nome de Venâncio Mondlane, conforme se pode ver aqui.