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Promovendo a Liberdade de Expressão na África Austral

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Quando faltam ainda cerca de nove dias para a repetição da votação em quatro Municípios do país, o Consórcio Eleitoral Mais Integridade insta os órgãos centrais de administração eleitoral, nomeadamente a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), a afastarem, da gestão directa ou indirecta de todo o processo, desde a votação até ao apuramento intermédio, as autoridades eleitorais locais daqueles quatro distritos, cujo comportamento irregular e ilegal ditou a anulação das eleições.

O Consórcio lembra que a magnitude das irregularidades e ilícitos registados só é possível com o pleno envolvimento dos respectivos presidentes das Mesas de Assembleia de Voto, membros das Comissões Eleitorais de Distrito e Cidade e de funcionários distritais do STAE, pelo que não faz nenhum sentido confiar aos mesmos prevaricadores a gestão das eleições que estão a ser repetidas, exactamente porque eles abdicaram de cumprir, com integridade, as suas obrigações. A CNE e o STAE central só precisam recorrer à sua própria experiência para destacarem seus membros e quadros séniores para supervisionarem, directamente, no terreno, a votação e o apuramento, tal como ocorreu na repetição da votação, em Gurúè, Zambézia, depois da anulação dos resultados da primeira volta, em 2013.

 

Leia o comunicado na íntegra: https://maisintegridade.org/wp-content/uploads/2023/12/CNE-e-STAE-central-devem-afastar-as-equipas-da-fraude.pdf

Conselho Constitucional

  • Administrativamente, o Conselho Constitucional definiu, em alguns Municípios, vencedoras candidaturas da Renamo, retirando número significativo de votos à Frelimo, sem explicar os fundamentos que justificaram as alterações, incluindo se resultaram ou não de investigação própria; 
  • Mas, nos Municípios mais importantes, como Maputo e Matola, o CC manteve a Frelimo como vencedora, mesmo com indícios de graves irregularidades que terão influenciado, substancialmente, os resultados, em prejuízo da Renamo;
  • Não está claro, igualmente, o que levou o CC a mandar repetir a votação no Município de Marromeu e não na cidade de Maputo, por exemplo, onde foram reportadas graves irregularidades no dia da votação;
  • O CC perdeu oportunidade para enviar uma mensagem clara de que não pactua e nem tolera graves irregularidades e ilícitos eleitorais.

Enquanto a presidente do Conselho Constitucional (CC), Lúcia Ribeiro, apresentava, na manhã desta sexta-feira, 24 de Novembro, o acórdão número 61/CC/2023, atinente à validação dos Resultados das eleições autárquicas 2023, um carro blindado da Polícia da República de Moçambique (PRM) foi estacionar à entrada das instalações onde funciona a Televisão Sucesso, na cidade de Maputo.

Fact Checking calor

A Alegação

Desde a manhã da última segunda-feira, 20 de Novembro, que um vídeo de um apresentador de televisão a apelar ao consumo de álcool se tornou viral nas redes sociais digitais. No vídeo de 17 segundos, depois de apresentar o estado de tempo, com temperaturas altas um pouco por todo o país, Peter Ndlate, da Televisão Miramar, destaca como a cidade de Tete “estará extremamente quente, com 44 graus centígrados, um calor extremamente abrasador”.

A seguir, o apresentador refere: “recomenda-se, então, o consumo de álcool para poder hidratar o corpo”. Nas redes sociais digitais, particularmente no Whatsapp, o vídeo está a ser usado para suportar apelos para consumo de álcool como forma de fazer face ao calor que se regista nos últimos dias, em Moçambique. Um internatura chega a escrever que “é disso que a gente quer”, assinalando que “não é só toda hora água”.

Saiba mais em: http://misa.org.mz/misacheck/index.php/verificado/item/52-face-a-onda-de-calor-sim-apresentador-de-tv-disse-para-se-consumir-alcool-mas-quis-dizer-agua

TVSUCESSO

 

O MISA Moçambique tomou conhecimento, com justificada preocupação, de ameaças de morte dirigidas, nas últimas semanas, ao presidente do Conselho de Administração (PCA)  da TV Sucesso, Gabriel Júnior. A queixa foi feita pelo próprio visado, na noite do dia 12 de Novembro, no seu habitual programa aos domingos, “Moçambique em Concerto”.

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Este policy brief fundamenta e mostra que, num momento em que o país avança para produzir as leis sobre Cibersegurança, Crimes Cibernéticos (Cibercrimes) e Protecção de Dados, o processo deve ser orientado e inspirado por padrões legislativos considerados modelos (os casos da Declaração de Malabo, leis das Maurícias e Directivas da EU sobre protecção de dados), como forma de garantir que elas respeitem os direitos às privacidades e reduzam os riscos de vigilância massiva. Por outro lado, a aprovação destas leis deve ser seguida por um conjunto de reformas institucionais, revisão e revogação de instrumentos contrários, como as Leis número 12/2012 e 13/2013; os artigos 18 e 9 da nova Lei das Telecomunicações (Lei número 4/2016), assim como o número 4 do artigo 14 da mesma lei; e artigo 15 da Lei (nº 4/2021) da Autoridade Reguladora de Comunicações. 

 

Veja o relatório na íntegra:  pdf Policy Brief Legilacao sobre Direitos Digitais Mocambique (326 KB)

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A Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (a Comissão), através da Relatora Especial sobre a Liberdade de Expressão e Acesso à Informação em África (Relatora Especial), a Honorável Comissária Ourveena Geereesha Topsy-Sonoo junta-se ao mundo na comemoração do Dia Internacional do Fim Impunidade para Crimes contra Jornalistas, que se observa no dia 2 de Novembro.

Nesta ocasião, a Comissão regista com pesar a cumplicidade exponencialmente crescente dos Estados Partes nos ataques a jornalistas em todo o continente. A Comissão recebeu com preocupação uma infinidade de relatórios sobre vários ataques a jornalistas, incluindo actos de violência, raptos, detenções arbitrárias e execuções extrajudiciais.

Saiba mais em: https://t.co/fBjOoOsl6f

Celebra-se hoje, 02 de Novembro, à escala global, o Dia Internacional para o Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, data proclamada em 2013, na 68ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. Neste dia em que o Mundo reflecte sobre estas ameaças contra um dos pilares das democracias[1], o MISA-Moçambique insta às autoridades moçambicanas a tomarem medidas arrojadas para acabar com a impunidade dos crimes contra jornaistas, no país.

  • Com efeito, o CC deve ordenar a recontagem de votos das mesas onde as irregularidades tiveram lugar e a nulidade da votação em qualquer mesa da assembleia de voto onde se tenha verificado ilegalidades que influenciam o resultado geral da eleição;
  • Dada a natureza dos ilícitos eleitorais cometidos nas sextas eleições autárquicas, o Ministério Público deve tomar medidas para a responsabilização dos autores materiais e morais destes actos contra a democracia.

Mais de vinte dias depois de Moçambique ter realizado as Sextas Eleições Autárquicas, o país continua a viver um ambiente de tensão e de incerteza devido às diversas irregularidades que colocaram em causa a transparência, a integridade e, consequentemente, a credibilidade do processo  e das instituições que o gerem. Neste momento em que a sociedade aguarda pelo veredicto final do Conselho Constitucional (CC), incluindo deliberações sobre vários recursos, o Consórcio Eleitoral Mais Integridade exorta este órgão de soberania e voz suprema e última sobre a validade dos processos eleitorais, a assegurar que as suas decisões traduzam-se na materialização do Estado de Direito Democrático e na realização da Paz Social.

O MISA Moçambique tomou conhecimento, através de um vídeo posto a circular nas redes sociais, que um grupo de manifestantes, concentrado na praça dos trabalhadores em Maputo, atacou, pela manhã do dia de hoje (27 de Outubro), uma viatura da TV Miramar que transportava uma equipe de repórteres que se fazia ao local.

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