O país parou, esta quarta-feira, 11 de Abril, para prestar homenagem à classe jornalística. Mas, além da celebração, a data, que este ano coincide com a passagem de 46 anos após a criação do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), serviu para renovar o compromisso com a profissão, incluindo o respeito pelos direitos dos jornalistas.
Falando na cerimónia dedicada ao dia, ao nível da cidade de Maputo, o director executivo do MISA Moçambique, Ernesto Nhanale, ressaltou que o 11 de Abril é dedicado a honrar e a reconhecer o compromisso incansável dos jornalistas moçambicanos em relatar os eventos que moldam e constroem o mundo. Mas, na data dedicada à classe, o director do MISA não deixou de falar dos desafios enfrentados por jornalistas moçambicanos.
11 de Abril, Dia do Jornalista Moçambicano
A notícia sobre o trágico naufrágio, do último domingo, 7 de Abril, que matou cerca de 100 pessoas, na praia de Quissanga, ao largo da Ilha de Moçambique, em Nampula, abalou a todos nós. Como uma organização que, entre outras dimensões de direitos fundamentais, defende e promove o acesso à informação de qualidade, abalou-nos, ainda mais, saber como a desinformação foi instrumental para a ocorrência que ceifou a vida de dezenas de concidadãos, na sua maioria mulheres e crianças.
De acordo com relatos divulgados na imprensa, foi a desinformação sobre a ocorrência de casos de cólera que precipitou a saída massiva da população do Posto Administrativo de Lunga, no distrito de Mossuril, com destino a outros locais, como a Ilha de Moçambique. Com o mar como a principal via para a saída de Lunga, cerca de 130 pessoas meteram-se numa embarcação não de passageiros, mas de pesca, no desespero de salvar vidas contra um alegado surto de cólera na região. Entretanto, as autoridades locais rejeitaram a ocorrência de casos de cólera, atribuindo a agitação e o desespero ocorridos à desinformação.
O MISA Moçambique tomou conhecimento, com bastante preocupação, do escorraçamento, pelo adido de imprensa do presidente da República (PR), de jornalistas que se encontravam a fazer cobertura, esta quinta-feira, 04 de Abril de 2024, do decurso dos trabalhos da reunião da Associação Nacional dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), um dos órgãos sociais do partido Frelimo.
Tudo começou quando o membro da ACLLN e veterano da luta de libertação nacional, Óscar Monteiro, exigiu, ao presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, a inclusão, na agenda da reunião, do debate sobre os pré-candidatos do partido para as eleições presidenciais deste ano. Para Óscar Monteiro, a agenda da reunião da ACLLN não podia se limitar a questões administrativas da ACLLN, passando à margem de uma das prioridades do momento, o que chamou por “elefante branco” presente na sala, que é a indicação do sucessor de Filipe Nyusi.
O presidente do Conselho Nacional Governativo (CGN) do MISA Moçambique, Jeremias Langa, acaba de ser indicado membro e vice-presidente do Conselho Governativo do Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA Regional). Na nota sobre a indicação, o Conselho Governativo Regional destaca, entre outros, a experiência e a liderança de Jeremias Langa para o engrandecimento do MISA.
A decisão, anunciada esta terça-feira, 19 de Março, foi tomada no passado dia 8, pelos membros do Conselho Regional Governativo do Instituto de Comunicação Social da África Austral, baseado em Harare, Zimbábwe. Na nota do anúncio da indicação, o Conselho Governativo Regional do MISA destaca a liderança do presidente do CGN do MISA Moçambique para o engrandecimento do órgão regional.
A membro do Conselho Nacional Governativo (CNG) do MISA Moçambique, Olívia Massango, é uma das mulheres destacadas pelo MISA Regional a enaltecer o papel da mulher por ocasião do Mês Internacional da Mulher, Março de 2024. Na mensagem publicada esta segunda-feira, nas plataformas do MISA Regional, Olívia Massango destaca, ainda, a necessidade de garantir a segurança e empoderamento da mulher jornalista. Eis, na íntegra, a versão em português da publicação feita pelo MISA Regional:
“As mulheres jornalistas desempenham um papel crucial na defesa da liberdade de imprensa, trazendo perspectivas únicas e essenciais para a defesa de uma imprensa livre e inclusiva. Garantir a sua segurança e empoderamento é fundamental para promover uma comunicação verdadeira e inclusiva, vital para uma sociedade democrática e justa”.